Palavra do Coordenador
Sim, Senhor
Jesus!
Irmãos e Irmãs em
Cristo, Paz e Bem!
É forte e quase inexplicável o
poder que a expressão “Sim, Senhor Jesus” tem na vida do carismático. É
histórico! Todo aquele que já participou de um Grupo de Oração ou de um retiro
da Renovação Carismática Católica, pelo menos uma vez, já iniciou sua oração,
seu clamor, sua intercessão, seu louvor ou adoração dizendo: “Sim, Senhor
Jesus!”
Pergunto-me: por que? Por que
iniciar com o vocábulo “sim”? Por que tantas vezes em nossas orações nos dirigimos
a Deus com a expressão “Senhor Jesus? É curioso, porque a gente faz isso sem
ver, sem perceber. É um jargão e, porque não, uma característica específica de nossa
espiritualidade!
A resposta para algo, a
princípio tão banal, tão corriqueiro, tenho buscado já há algum tempo. E sem
pretender esgotar seu significado, tenho compreendido que dizer “Sim, Senhor
Jesus”, na realidade, é um jeito de ser, uma identidade, uma opção, um estilo
de vida. O “Sim”, tal qual o “Fiat” de Maria, diz da entrega incondicional própria
daquele que se abre ao Amor e à Experiência de Deus por meio do Batismo no
Espírito e da prática dos Carismas, o que nos leva a entender que nossa vida
tem de ser uma constante doação para o outro, o que justifica toda a disposição
e alegria que existe no carismático no que concerne à Evangelização.
“Senhor”. Ninguém pode chamar
Jesus de Senhor senão o que é movido pelo Espírito Santo (ICor 12,3)! Quando
chamamos Deus de Senhor, movidos pela ação do Espírito, não simplesmente
pronunciamos uma palavra qualquer. Estamos proclamando a soberania, o senhorio
de Jesus sobre nós e isso é Graça do Espírito Santo! Quando nos abrimos de fato
ao poder de Deus e o experimentamos de coração contrito, dia-após-dia Ele vai
moldando nosso ser e purificando nossa decisão em sermos d’Ele e o colocarmos
acima de todas as coisas. E deve ser este o lugar de Jesus na Igreja, na RCC:
Ele é o Senhor de tudo, diante do qual todas as coisas estão submetidas, pois,
“todo joelho deve se dobrar no céu, na terra e nos infernos e toda língua deve
proclamar que Jesus Cristo é o Senhor” (Fl 2,10-11)!
“Jesus”. O Deus que conhecemos é
pessoa. Não cremos em um deus desencarnado, encerrado em sua glória, provedor
de uma prosperidade fácil e neoliberal. Cremos em Deus Verdadeiro, no Homem-Cristo,
aquele por quem nos encantamos apaixonadamente, cuja Palavra orienta nossa vida
inteira, conduzindo-nos para uma renúncia cada dia mais profunda de nós mesmos,
dizendo “não” para o mundanismo e “sim” para o Evangelho e para a sua Igreja. Neste Nome evidenciamos que nossa fé não é
isolada, alienada, mas é a fé da Igreja. Além disso, temos como doce em nossa
boca o sabor de podermos nos dirigir ao Senhor da vida chamando-o pelo nome,
Nome este que nos salva: Jesus, Jesus, Jesus!
Dizendo “Sim, Senhor Jesus”,
quero então convocar toda Diocese de Oliveira a dizer assim também, não com
palavras somente, mas de maneira concreta, traduzida na vida, sinônimo de comprometimento,
renúncia e doação. Vivemos em dias maus (Ef 5,16). Neles só poderemos dar uma
resposta de fé convincente a este mundo se, de fato, fizermos a diferença.
Nossos métodos de anos atrás podem estar ultrapassados, a paralisia de nossa
oração, o comprometimento de nossa santidade, a falta de tempo própria deste
mundo e o arrefecimento da fé têm exigido de nós uma entrega cada dia maior ao
Evangelho. Não basta mais coordenar, ajudar, ser apoio, fazer sua parte...
temos de dar a vida!
Para tanto, o Senhor plantou em
nosso coração a ordem: voltarmo-nos inteiramente para o fortalecimento de
nossos Grupos de Oração; intensificarmos com ações planejadas a formação dos
servos e de todos os membros dos Grupos de Oração e lançarmo-nos à missão,
comungando inteiramente com a Igreja de sua vocação evangelizadora.
Por isso, irmãos, temos nos
mobilizado em tantos encontros de formação, tantos investimentos. Não estamos
preocupados com eventos de massa, mas, nossos olhares estão focados no Grupo de
Oração. Acreditamos no surgimento de um novo tempo: tempo de muito trabalho,
mas, de abundância e amadurecimento. Tempo em que o novo de Deus já se pôs a
nascer (Is 11,1-3). Temos a certeza de que quando disseminarmos a Cultura de Pentecostes
no mundo presenciaremos a tão sonhada implantação da Civilização do Amor. Mas
isso depende de nós! No que toca à vocação da Renovação Carismática Católica no
seio da Igreja, que é evangelizar a partir do Batismo no Espírito Santo, sendo
rosto e memória de Pentecostes, assim o faremos, não negaremos e nem nos
renunciaremos às prerrogativas da graça de sermos um Movimento Eclesial. E por
mais que seja difícil, não desistimos. Prosseguimos decididamente, na parresia,
enfrentando profeticamente todos os obstáculos que são colocados ao Evangelho
de Cristo, “pois esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (IJo 5,4b).
Por
fim, quero exortá-los com as palavras do Apóstolo Paulo aos Romanos, capítulo
13, versículos 13 e 14: “Comportemo-nos honestamente, como em
pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem
dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. Ao contrário, revesti-vos do
Senhor Jesus Cristo” (...) Só assim, livres de todo pecado e unidos,
poderemos prosseguir. Fora disso, o que resta é humano e, na RCC não pode
imperar o humano, mas o Senhor Jesus, pois, a obra é d’Ele quem nela age é o
Espírito Santo.
Desejosos
de compartilhar do “novo de Deus” para a RCC, oremos clamando o poder de Deus:
“Sim, Senhor Jesus! Queremos clamar o Teu
Espírito sobre toda Igreja, mas de forma particular para a RCC, seus
coordenadores, servos e todos os membros dos Grupos de Oração. Concedei-nos a libertação
de toda paralisia espiritual e acomodação; abençoai os projetos que o Senhor
mesmo tem inspirado em nossos corações e fazei-nos crescer na santidade pessoal
e na unidade com nossos pastores. Dai-nos, Senhor Jesus, uma chuva copiosa de
bênçãos, graças e dons por meio do Batismo no Espírito Santo. Tudo isso vos
pedimos, pela intercessão da Virgem de Pentecostes, a Senhora de Oliveira e de
seu esposo São José. Assim seja”.
Para a
vontade do Senhor, não cansemos de dizer: “Sim, Senhor Jesus!”
Lucas dos Santos Carvalho
Coordenador Diocesano da RCC